Sempre Há Tempo Para Amar

Indicação: Estimular dedicação de tempo à família
Quando Joey tinha somente cinco anos, a professora do jardim de infância pediu aos alunos que fizessem um desenho de alguma coisa que eles amavam.
Joey desenhou a sua família. Depois, traçou um grande círculo com lápis vermelho ao redor das figuras.
Desejando escrever uma palavra acima do círculo, ele saiu de sua mesinha e foi até à mesa da professora e disse:
– Professora, como a gente escreve…? Ela não o deixou concluir a pergunta. Mandou-o voltar para o seu lugar e não se atrever mais a interromper a aula.
Joey dobrou o papel e o guardou no bolso. Quando retornou para sua casa, naquele dia, ele se lembrou do desenho e o tirou do bolso. Alisou-o bem sobre a mesa da cozinha, foi até sua mochila, pegou um lápis e olhou para o grande círculo vermelho.
Sua mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia, para a mesa. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela e disse:
– Mamãe, como a gente escreve…?
– Menino, não dá para ver que estou ocupada agora? Vá brincar lá fora. E não bata a porta, foi a resposta dela. Ele dobrou o desenho e o guardou no bolso.
Naquela noite, ele tirou outra vez o desenho do bolso. Olhou para o grande círculo vermelho, foi até à cozinha e pegou o lápis. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para seu pai. Alisou bem as dobras e colocou o desenho no chão da sala, perto da poltrona reclinável do seu pai e disse:
– Papai, como a gente escreve…?
– Joey, estou lendo o jornal e não quero ser interrompido. Vá brincar lá fora. E não bata a porta.
O garoto dobrou o desenho e o guardou no bolso. No dia seguinte, quando sua mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da calça do filho enrolados num papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude. Todos os tesouros que ele catara
enquanto brincava fora de casa. Ela nem abriu o papel. Atirou tudo no lixo.
Os anos passaram…
Quando Joey tinha 28 anos, sua filha de cinco anos, Annie fez um desenho.
Era o desenho de sua família. O pai riu quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e ela disse:
– Este aqui é você, papai! A garota também riu. O pai olhou pra o grande círculo vermelho feito por sua filha, ao redor das figuras e lentamente começou a passar o dedo sobre o círculo.
Annie desceu rapidamente do colo do pai e avisou: – eu volto logo! E voltou. Com um lápis na mão. Acomodou-se outra vez nos joelhos do pai, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou:
Papai, como a gente escreve amor? Ele abraçou a filha, tomou a sua mãozinha e a foi conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras, enquanto dizia: amor, querida, amor se escreve com as letras:
T…E…M…P…O (TEMPO).
Conjugue o verbo amar todo o tempo. Use o seu tempo para amar. Crie um tempo extra para amar, não esquecendo que para os filhos, em especial, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive.
Não espere seu filho ter que descobrir sozinho como se soletra amor, família, afeição.
Por fim, lembre: se você não tiver tempo para amar, crie. Afinal, o ser humano é um poço de criatividade e o tempo…..bom, o tempo é uma questão de escolha.
Autor Desconhecido

Deixe a raiva secar

Indicação: Acalmar o sentimento de raiva, estimular o entendimento dos fatos em este sentimento.
Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana não podia porque ia sair com sua mãe naquela manhã. Júlia, então, pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio. Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.
Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
– Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.
Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações. Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:
– Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar à sua casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra do que a vovó falou?
– Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
– Pois é, minha filha! Com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo.
Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu ir para a sala ver televisão.
Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
– Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.
– Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou. E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.

Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil. Lembre-se sempre:
Deixe a raiva secar!

Descanse em paz: o enterro do “não consigo”

Indicação: Pessoas Pessimistas e Baixa Auto Estima

A turma da Quarta série de Donna parecia-se com muitas outras que eu vira antes. Os alunos sentavam-se em cinco fileiras de seis carteiras. A mesa do professor era na frente, virada para os alunos. O quadro de avisos exibia trabalhos dos alunos. Em muitos aspectos, parecia uma sala de escola primária tipicamente tradicional. Mesmo assim, algo me pareceu diferente naquele primeiro dia em que entrei ali. Parecia haver uma corrente subterrânea de excitação.

Donna era uma professora veterana de uma cidadezinha de Michigan, e faltavam apenas dois anos para sua aposentadoria. Além disso, era voluntária ativa num projeto municipal de desenvolvimento de equipes que eu organizara e auxiliara. O treinamento se concentrava em idéias artísticas de linguagens, capazes de estimular os alunos a se sentirem bem consigo mesmos e assumirem a responsabilidade sobre suas vidas. O trabalho de Donna era assistir às sessões de treinamento e implementar os conceitos apresentados. Meu trabalho era visitar as salas de aula e encorajar a implementação.

Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos. Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de “não consigo”.

“Não consigo chutar a bola de futebol além da Segunda base.”

“Não consigo fazer divisões longas com mais de três números.”

“Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim.”

Sua página já estava pela metade e ela não mostrava sinais de parar. Trabalhava com determinação e persistência.

Caminhei pela fileira olhando as folhas dos alunos. Todos estavam escrevendo sentenças que descreviam o que não conseguiam fazer.

“Não consigo fazer dez flexões.”

“Não consigo comer um biscoito só.”

A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e assim decidi verificar com a professora o que estava acontecendo. Ao me aproximar dela, notei que ela também estava ocupada escrevendo. Achei melhor não interromper.

“Não consigo trazer a mãe de John para uma reunião de professores.”

“Não consigo fazer com que minha filha abasteça o carro.”

“Não consigo fazer com que Allan use palavras em vez de murros.”

Frustrado em meus esforços em determinar por que os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases mais positivas, ou “eu consigo”, voltei para o

meu lugar e continuei minhas observações. Os estudantes escreveram por mais dez minutos. A maioria encheu sua página. Alguns começaram outra.

“Terminem a página em que estiverem e não comecem outra”, foram as instruções que Donna usou para assinalar o final da atividade. Os alunos foram então instruídos a dobrar suas folhas ao meio e trazê-las para a frente da classe. Quando os alunos chegaram à mesa da professora, depositaram as frases “não consigo” numa caixa de sapatos vazia.

Quando as folhas de todos os alunos haviam sido recolhidas, Donna acrescentou as suas. Ela pôs a tampa na caixa, enfiou-a embaixo do braço e saiu pela porta, pelo corredor. Os alunos seguiram a professora. Eu segui os alunos.

Na metade do corredor a procissão parou. Donna entrou na sala do zelador, remexeu um pouco e saiu com uma pá. Pá numa das mãos, caixa de sapatos na outra, Donna saiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mas distante do playground. Ali começaram a cavar.

Iam enterrar seus “Não consigo”! A escavação levou mais de dez minutos, pois a maioria dos alunos queria sua vez. Quando o buraco chegou a cerca de um metro de profundidade, a escavação terminou. A caixa dos “não consigo” foi depositada no fundo do buraco e rapidamente coberta de terra.

Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, no local da sepultura recém cavada. Cada um tinha no mínimo uma página cheia de “não consigo” na caixa de sapatos um metro abaixo. E a professora também.

Neste ponto, Donna anunciou: “Meninos e meninas, por favor dêem-se as mãos e baixem as cabeças.” Os alunos obedeceram. Rapidamente, dando-se as mãos, formaram um círculo ao redor da sepultura. Baixaram as cabeças e esperaram. Donna proferiu os louvores.

“Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do ‘Não consigo’. Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública – escolas, prefeituras, assembleias legislativas e, sim, até mesmo na Casa Branca.

Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs ‘Eu consigo’, ‘Eu Vou’ e ‘Eu vou imediatamente’. Estes não são tão conhecidos quanto seu famoso parente e certamente ainda não tão fortes e poderosos. Talvez algum dia, com sua ajuda, eles tenham uma importância ainda maior no mundo. Que ‘Não Consigo’ possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém.”

Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam esse dia. A atividade era simbólica, uma metáfora da vida. Foi uma experiência direta que ficaria gravada no consciente e no inconsciente para sempre.

Escrever os “Não Consigo”, enterrá-los e ouvir a oração. Aquele havia sido um esforço maior da parte daquela professora. E ela ainda não terminara. Ao concluir a oração ela fez com que os alunos se virassem, encaminhou-os de volta à classe e promoveu uma festa.

Eles celebraram a passagem de “Não Consigo” com biscoitos, pipoca e sucos de frutas. Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão. Escreveu as palavras “Não Consigo” no topo, “Descanse em Paz” no centro e a data embaixo.

A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano. Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia “Não consigo”, Donna simplesmente apontava o cartaz Descanse em Paz. O aluno então se lembrava que “Não Consigo” estava morto e reformulava a frase.

Eu não era aluno de Donna. Ela era minha aluna. Ainda assim, naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela.

Agora, anos depois, sempre que ouço a frase “Não Consigo”, vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como os alunos, eu também me lembro de que “Não Consigo” está morto.

Chick Moorman

Canja de Galinha para a Alma

Jack Canfield & Mark Victor Hansen

As sete maravilhas do mundo

Indicação: Quando não se dá valor ao que tem

Um grupo de estudantes estudava as sete maravilhas do mundo. No final da aula, foi pedido aos estudantes que fizessem uma lista do que consideravam as sete maravilhas. Embora houvesse algum desacordo, começaram os votos:

O Taj Mahal

A Muralha da China

O Canal do Panamá

As pirâmides do Egito

As sete maravilhas do mundo

O Grand Canyon

O Empire State Building

A Basílica de São Pedro

Ao recolher os votos, o professor notou uma estudante muito quieta. A menina, não tinha virado sua folha ainda. O professor então perguntou a ela se tinha problemas com sua lista.

A menina quieta respondeu: – Sim, um pouco. Eu não consigo fazer a lista, porque são muitos.

O professor disse: – Bem, diga-nos o que você já tem e talvez nós possamos ajudá-la.

A menina hesitou, então leu: – Eu penso que as sete maravilhas do mundo sejam:

Ver

Ouvir

Tocar

Provar

Sentir

Rir

E amar …

Escola de anjos

Indicação: As aparências enganam

Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma escola de anjos. Conta-se que naquele tempo, antes de se tornarem anjos de verdade, os aprendizes de anjos passavam por um estágio. Durante um certo período, eles saiam em duplas para fazer o bem e no final de cada dia, apresentavam ao anjo mestre um relatório das boas ações praticadas. Aconteceu então, um dia, que dois anjos estagiários, depois de vagarem exaustivamente por todos os cantos, regressavam frustrados por não terem podido praticar nenhum tipo de salvamento sequer. Parece que naquele dia, o mal estava de folga. Enquanto voltavam tristes, os dois se depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha. Neste momento, um deles, dando um grito de alegria, disse para o outro:

– Tive uma idéia. Que tal darmos o poder a estes dois lavradores por quinze minutos para ver o que eles fariam?

O outro respondeu:

– Você ficou maluco? O anjo mestre não vai gostar nada disto!

Mas o primeiro retrucou:

– Que nada, acho que ele até vai gostar! Vamos fazer isto e depois contaremos para ele.

E assim o fizeram.

Tocaram suas mãos invisíveis na cabeça dos dois e se puseram a observá-los.

Poucos passos adiante eles se separaram e seguiram por caminhos diferentes.

Um deles, após alguns passos depois de terem se separado, viu um bando de pássaros voando em direção à sua lavoura, e passando a mão na testa suada disse:

– Por favor meus passarinhos, não comam toda a minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o meu sustento.

Naquele momento, ele viu espantado a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em questão de segundos.

Assustado, ele esfregou os olhos e pensou: devo estar cansado e acelerou o passo.

Aconteceu que logo adiante ele caiu ao tropeçar em um pequeno porco que havia fugido do chiqueiro.

Mais uma vez, esfregando a testa ele disse: você fugiu de novo meu porquinho!

Mas, a culpa é minha, eu ainda vou construir um chiqueiro decente para você.

Mais uma vez espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo e acolhedor, todo azulejado, com água corrente e o porquinho já instalado no seu compartimento.

Esfregou novamente os olhos e apressando ainda mais o passo disse mentalmente: estou muito cansado!

Neste momento ele chegou em casa e, ao abrir porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua cabeça.

Ele então tirou o chapéu, e esfregando a cabeça disse: de novo, e o pior é que eu não aprendo. Também, não tem me sobrado tempo. Mas ainda hei de ter dinheiro para construir uma grande casa e dar um pouco mais de conforto para minha mulher. Naquele exato momento aconteceu o milagre.

Aquela humilde casinha foi se transformando numa verdadeira mansão diante dos seus olhos. Assustadíssimo, e sem nada entender, convicto de que era tudo decorrente do cansaço, ele se jogou numa enorme poltrona que estava na sua frente e, em segundos, estava dormindo profundamente.

Não houve tempo sequer para que ele tivesse algum sonho.

Minutos depois ele ouviu alguém pedir socorro: Compadre! Me ajude! Eu estou perdido!

Ainda atordoado, sem entender muito o que estava acontecendo, ele se levantou correndo.

Tinha na mente imagens muito fortes de algo que ele não entendia bem, mas parecia um sonho. Quando ele chegou na porta, encontrou o amigo em prantos.

Ele se lembrava que poucos minutos antes eles se despediram no caminho e estava tudo bem. Então perguntando o que havia se passado ele ouviu a seguinte estória:

– Compadre, nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa, acontece que poucos passos adiante, eu vi um bando de pássaros voando e direção à minha lavoura.

Este fato me deixou revoltado e eu gritei: Vocês de novo, atacando a minha lavoura, tomara que seque tudo e vocês morram de fome! Naquele exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem diante dos meus olhos! Pensei comigo, devo estar cansado, e apressei o passo.

Andei um pouco mais e cai depois de tropeçar no meu porco que havia fugido do chiqueiro.

Fiquei muito bravo e gritei mais uma vez: Você fugiu de novo? Por que não morre logo e pára de me dar trabalho? Compadre, não é que o porco morreu ali mesmo, na minha frente.

Acreditando estar vendo coisas, andei mais depressa, e ao entrar em casa, me caiu na cabeça a tranca da porta.

Naquele momento, como eu já estava mesmo era com raiva, gritei novamente:

– Esta casa… Caindo aos pedaços, por que não pega fogo logo e acaba com isto?…

Para surpresa minha, compadre, naquele exato momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude fazer!

Mas, compadre… O que aconteceu com a sua casa? De onde veio esta mansão?

Depois de tudo observarem, os dois anjos foram, muito assustados, contar para o anjo mestre o que havia se passado.

Estavam muito apreensivos quanto ao tipo de reação que o anjo mestre teria.

Mas tiveram uma grande surpresa.

O anjo mestre ouviu com muita atenção o relato, parabenizou os dois pela idéia brilhante que haviam tido, e resolveu decretar que a partir daquele momento, todo ser humano teria 15 minutos de poder ao longo da vida.

Só que ninguém jamais saberia quando estes 15 minutos de poder estariam acontecendo.

Será que os 15 minutos próximos serão os seus?

Muito cuidado com tudo o que você diz, como age e aquilo que pensa!

Sua mente trabalhará para que tudo aconteça, seja bom ou ruim.

A menina e o pássaro encantado

Indicação: Casamentos com Ciúmes (Posse)

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades…

Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.

Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.

“- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você…”.

E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.

“… Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.”

E de novo começavam as estórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.

Mas chegava sempre uma hora de tristeza.

“- Tenho que ir”, ele dizia.

“- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar….”.

“- Eu também terei saudades”, dizia o pássaro.

– Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.”

Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite. Imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.

“- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz”.

Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu.

Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.

“- Ah! Menina… Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias… Sem a saudade, o amor irá embora…”

A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.

Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.

E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo… Até que não mais aguentou. Abriu a porta da gaiola.

“- Pode ir, pássaro, volte quando quiser…”.

“- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar…”.

E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.

“- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo…”.

E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos…

“- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…”

Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar. Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama… E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento:

“- Quem sabe ele voltará amanhã…”

E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

A libélula

Indicação: Quebra de promessas que não podem ser cumpridas

Num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago… Certo dia surgiu um casulo…

E quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda libélula.

E ela ficou tão encantada com o lugar, que voou por cada pedacinho… Brincou nas flores, nas árvores, no lago, nas nuvens…

E quando ela já tinha conhecido tudo…no alto de uma colina, avistou uma casa…

A casa do homem…e a libélula havia de conhecer a casa do homem…e foi voando pra lá…. E então, a libélula entrou por uma janela, justo a janela da cozinha… E nesse dia, uma grande festa era preparada.

Um homem com um chapéu branco…grande…dava ordens para os criados…

Mas a libélula não se preocupou com isso, brincou entre os cristais, se viu na bandeja de prata, explorou cada pedacinho daquele novo mundo…

Quando de repente, ela viu sobre a mesa…uma tigela cheia de nuvens!!!

E a libélula não resistiu, ela tinha adorado brincar nas nuvens…e mergulhou….

Mas quando ela mergulhou…ahhhhhhhh…aquilo não eram nuvens, e ela foi ficando toda grudada, e quanto mais ela se mexia tentando escapar…ahhhhhh …mais ela afundava….

E a libélula então começou a rezar, fazia promessas e dizia que se conseguisse sair dali, dedicaria o resto de seus dias a ajudar os insetos voadores…e ela rezava e pedia… Até que o chefe da cozinha começou a ouvir um barulhinho, e ele não sabia que era a libélula rezando e quando olhou na tigela de claras em neve…arghhhh um inseto!!! E ele pegou a libélula e a atirou pela janela…

A libélula então, se arrastou para um pedacinho de grama, e sob o sol começou a se limpar…e quando ela se viu liberta…ahhhhh ela estava tão cansada que se virou pra Deus e disse:

– Eu prometi dedicar o resto de minha vida a ajudar os outros insetos voadores, mas agora eu estou tão cansada, que prometo cumprir minha promessa a partir de amanhã…

E a libélula adormeceu… Mas o que ela não sabia, e você também não sabe, é que as libélulas vivem apenas um dia… E naquele pedacinho de grama, a libélula adormeceu, e não mais acordou….

Constatações evolutivas

(Um verdadeiro manual de sabedoria e paz)

 

 O outro não existe para te agradar ou para te desagradar. O outro existe para te ensinar. Sempre.

 

  Ninguém é culpado pelo que você está sentindo. É você que opta pelos sentimentos que você tem neste exato momento. Só você.

 

 A arte de viver sem expectativas, e sim com perspectiva é a chave para não se frustrar.

 

 Cure em você o vício da necessidade de aprovação do outro. Só assim você poderá desfrutar da ousadia e da confiança natural em seu espírito, na sua essência.

 

 Não se deforme ou se descaracterize para tentar “caber” no espaço apertado do pensamento que o outro tem em relação a você. Isso não vai dar certo. Quando você se deforma para agradar alguém, sua luz se apaga e é apenas você quem fica no escuro se sentindo perdido.

 

 Não acredite somente no que os outros dizem para você, por mais romântico e poético que possa ser. O que importa são as atitudes e não as palavras.

 

 Você não tem controle de nada, por mais que acredite que tenha. Lembre-se, daqui a pouco a Terra irá reivindicar o seu corpo e deixarás esse planeta para ingressar numa nova fase de existência. Abra mão do controle, só assim terá domínio sobre si mesmo e sobre sua vida. Controle é um reflexo do medo, já o domínio é um reflexo do estado de ausência absoluta de tensão interna e de seu encontro com a paz.

 

 Tudo é passageiro. De perto a vida é uma tragédia, de longe é uma comédia. Daqui algum tempo você vai rir de todos os dramas que criou. Pois tudo passa. Tudo.

 

 Você é responsável por tudo que está acontecendo em sua vida. Seus pensamentos e sentimentos predominantes irão formatar a sua realidade, quer você queira, quer não. Portanto, se quiser mudar a sua realidade, mude seus pensamentos e sentimentos.

 

 Carência emocional não é a necessidade de receber, e sim de se dar. Só você poderá suprir suas necessidades emocionais. Projetá-las em alguém é o mesmo que pedir para que alguém se alimente para saciar a sua fome.

 

 Viva com simplicidade e com mais realidade. Só assim quem você realmente é vai surgir de verdade. Ria mais e não leve tudo tão a sério. Afinal de contas, a essência da vida é se descobrir e desfrutar dessa maravilhosa aventura chamada evolução.

 

 Lembre-se que todas estas constatações também servem para os outros em relação a você, então releia sob esta outra perspectiva, e você vai se surpreender.

 

(Adaptado de DOZE CONSTATAÇÕES EVOLUTIVAS, autor desconhecido)

Pássaro encantado

Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo, um Pássaro Encantado. Ele era encantado por duas

razões: Primeiro porque ele não vivia em gaiolas. Vivia solto. Vinha quando queria. Vinha porque amava. Segundo,

porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.

Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve.

Outra vez suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a

felicidade quando estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia:”Tenho de partir.” A

menina chorava e implorava: “Por favor, não vá, fico tão triste. Terei saudades e vou chorar…” “Eu também terei

saudades” dizia o pássaro. “Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por

causa da saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu

deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixará de me amar.”

E partia. A menina, sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade que ela teve a idéia:

“Se o Pássaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta

que eu o prenda numa gaiola.” Assim aconteceu. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda. Quando o

pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou estórias e adormeceu. A menina, aproveitando-se do seu sono, o

engaiolou. Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor.

“Ah! Menina…que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei

das estórias. Sem a saudade o amor irá embora…” A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por acostumar.

Mas não foi isso que aconteceu. Caíram suas plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das

penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu.

Não era aquele o pássaro que ela amava. E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu

amigo…Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola.

“Pode ir, Pássaro”, ela disse. “Volte quando você quiser…”

“Obrigado, menina”, disse o Pássaro. “Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe:

ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você!”.

Tênis ou Frescobol

Há dois tipos de casamentos, ou relacionamentos: o tipo tênis, e o tipo frescobol. Os do primeiro

tipo, são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Já os casamentos frescobol,

são uma fonte de alegria e têm grande chance de vida longa.

O tênis é um jogo feroz; seu objetivo é derrotar o adversário; e a derrota se revela no erro – o

outro não conseguiu devolver a bola… Joga-se tênis para fazer o outro errar e o bom jogador é

aquele que tem a noção exata do ponto fraco do adversário e sabe se aproveitar disso. O prazer

do tênis é justamente tirar o adversário do jogo, e termina sempre com a alegria de um e a tristeza

de outro.

Já o frescobol – apesar de também usar duas raquetes e uma bolinha – é diferente. O jogo pra

ser bom não precisa da derrota de ninguém. Se a boa vem torta, você sabe que não foi de propósito

e faz o maior esforço para devolve-la redondinha, no lugar certo para que o seu parceiro

possa pegá-la e dar continuidade ao jogo. No frescobol, o que vale é o prazer de jogar, não há

pontos, não há vencedores nem derrotados – ou os dois ganham, ou ninguém ganha.

No casamento do tipo tênis, o casal se porta como adversários, um tentando ganhar seu ponto

em cima do ponto fraco do outro. Um recebe o sonho do outro e devolve com uma cortada, destruindo

suas fantasias. Nesse jogo, mesmo que ganha sai perdedor.

Já no casamento tipo frescobol, o que vale é a parceria; um concertando o erro do outro para

que o jogo continue com prazer e harmonia. Não há disputa, há companheirismo, cumplicidade…

Bola vai, bola vem e cresce o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem… E se deseja que o

outro viva eternamente para que o jogo nunca tenha fim…