Porcos-espinhos

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação,

resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos

de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. E, por isso, tornavam

a se afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: desapareciam

da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que

o mais importante era o calor do outro. Sobreviveram!

A serpente e o vagalume

Conta a lenda que uma vez uma serpente começou

a perseguir um vagalume. Este fugia rápido, com

medo da feroz predadora e a serpente nem pensava

em desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias

e nada… No terceiro dia, já sem forças, o vagalume

parou e disse à cobra:

– Posso lhe fazer três perguntas ?

– Não costumo abrir esse precedente para ninguém,

mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar…

– Pertenço à sua cadeia alimentar ?

– Não.

– Eu já te fiz algum mal ?

– Não.

– Então, por que você quer acabar comigo ?

– Porque eu não suporto ver você brilhar…

Pense nisso e selecione as pessoas em quem confiar…

O grão de milho

Dois jovens caminhavam por uma estrada e encontraram

um grão de milho. Um deles, olhando para o

milho, comentou:

— Tive uma idéia! Com esse grão de milho podemos

ficar ricos! Plantaremos o grão, nascerá um pé de

milho e colheremos três espigas. Plantaremos as espigas,

colheremos um pomar. Plantaremos o pomar,

colheremos uma roça e daí em diante ganharemos

muito dinheiro.

— Excelente! – respondeu o segundo – Agora precisamos

decidir o que faremos com o dinheiro. Eu vou

comprar um belo carro conversível e uma casa na

praia, e você?

— Eu vou comprar uma caminhonete bem potente e

um sítio. Só que tem uma coisa: não vou deixar você

dirigir a minha caminhonete, você é muito desastrado,

barbeiro e vai estragá-la…

— Tudo bem. Você também não vai passear no meu

carro e muito menos dirigi-lo. Vou viajar e você não

vai comigo…

Após algum tempo de planos, discussões e troca de

insultos, passou uma galinha e comeu o grão

de milho.

O grão de milho representa os nossos sonhos, as

nossas oportunidades e a galinha representa o

tempo. Pense nisso, tire suas próprias conclusões

e semeie um ano cheio de oportunidades,

atitudes e vitórias.

Quedas…

Um feiticeiro africano conduz seu aprendiz pela floresta.

Embora mais velho, caminha com agilidade, enquanto

seu aprendiz escorrega e cai a todo instante. O

aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro

e continua a acompanhar seu mestre. Depois de longa

caminhada, chegam a um lugar sagrado. Sem parar, o

feiticeiro dá meia-volta e começa a viagem de volta.

– Você não me ensinou nada hoje – diz o aprendiz, levando

mais um tombo.

– Ensinei sim, mas você parece que não aprende – responde

o feiticeiro. – Estou tentando lhe ensinar como

se lida com os erros da vida.

– E como lidar com eles?

– Como deveria lidar com seus tombos – responde o

feiticeiro. – Em vez de ficar amaldiçoando o

lugar onde caiu, devia procurar aquilo que o fez escorregar.

“Se você se sente só é porque construiu muros em vez

de pontes.”

Unbuntu

Um antropólogo fez uma brincadeira com as crianças

de uma tribo africana. Ele colocou um cesto

cheio de frutas junto a uma árvore e disse para as

crianças que o primeira que chegasse na árvore

ganharia todas as frutas. Dado o sinal todas as crianças

sairam ao mesmo tempo… e de mãos dadas!

Então sentaram-se juntas para aproveitar da recompensa.

Quando o antropólogo perguntou porque

eles haviam agido desta forma sabendo que um entre

eles poderia ter todos os frutos para si, eles

responderam: “Ubuntu, Como um de nós pode ser

feliz se todos os outros estiverem tristes”

UBUNTU na cultura Xhosa significa: “Eu sou porque

nós somos”.

Comportamentos de asas e gaiolas

“Na vida existem dois tipos de comportamentos que

são gaiolas e que são asas. Comportamento que

são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam

a arte do voo. Pássaros engaiolados são

pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono

pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados

sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros.

Porque a essência dos pássaros é o voo.

Comportamentos que são asas não amam pássaros

engaiolados. O que eles amam são pássaros em

voo. Existem para dar aos pássaros coragem para

voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer,

porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo

não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

A magia dos girassóis

Nossos olhos são seletivos, nós enxergamos o que queremos ver e deixamos de ver o restante, também

chamado de ponto cego.

Escolha focalizar o lado melhor, mais bonito, mais vibrante das coisas, assim como um girassol escolhe

sempre estar voltado para o sol.

Muitas pessoas vivem se queixando e facilitam a chegada da depressão e é muito fácil encontrar motivos

para lamentos.

“Estou de baixo astral porque está chovendo, porque tenho uma conta para pagar, porque não tenho

exatamente o dinheiro ou aparência que eu gostaria de ter, porque ainda não fui valorizado, porque ainda

não encontrei o amor da minha vida, porque a pessoa que quero não me quer, porque…”

É fácil, muito fácil, pois é só querermos e termos ali, bem pertinho, motivos de sobra para nos agarrarmos

e justificarmos a situação.

É claro que existem momentos em que a gente não está bem. Faz parte da vida. Mas, mesmos nesses

momentos, devemos buscar, de forma contínua, ter atitudes e iniciativas que possam ir de encontro às

coisas boas.

Na natureza, existe uma flor que age dessa forma. O girassol.

O girassol se volta para o sol onde ele estiver. Mesmo que o sol esteja escondido pelas nuvens, lá está o

girassol dando costas à obscuridade das sombras e buscando, convicto e decidido, estar sempre de frente

para o sol. É esse exemplo que precisamos perseguir, aprendendo a realçar e valorizar tudo de bom

que recebemos da vida. Aprender a engrandecer pequenos gestos, positivos, e transformá-los em grandes

acontecimentos.

Quando fazemos algo de bom, mesmo que seja a simplicidade de uma pequena ajuda ou de um elogio,

coisas que nada custam, mas que geram felicidade para outra pessoas, são momentos de raro proveito

que ficam gravados no coração. O ser humano precisa de beleza. Não da beleza física, mas das

coisas belas como um todo. E principalmente da beleza que reside no âmago dos gestos, das pessoas

e que são captadas através dos nossos olhos.

Se tivermos a beleza dentro dos nossos corações, ficará muito mais fácil reconhecê-la nos lugares, nas

pessoas e nas coisas. Ela é para nós, uma referência, da mesma forma que sabemos distinguir o bem

pela referência que temos do mal. Para reconhecer a beleza, portanto, é preciso carregar um pouco

dela consigo, dentro dos olhos, dentro do coração.

Devemos ser como o girassol, que busca o sol, a vitalidade, a força e a beleza.

O cotidiano nos reserva diversos momentos de beleza, e é importante refletir

sobre isso. Precisamos enxergá-los com os olhos do coração, para apreciá-

los na plenitude.

Apreciar o amor profundo que alguém, em um determinado momento,

dirige a você. Apreciar o sorriso luminoso de alegria. Apreciar uma palavra

amiga, que vem soar reconfortante, reanimadora. Apreciar a festa dos animais,

a alegria e o riso das crianças. E quando ameaçarmos ficar de novo

mal humorados, tristonhos, desanimados, revoltados, que a força do

coração nos faça lembrar dos girassóis. Que nos desvie do caminho

equivocado, pois é um verdadeiro equívoco passar os dias sem ver a

beleza da vida

Quatro velas e uma criança

Quatro velas estavam queimando calmamente. O estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo que

travavam:

A primeira vela disse:

– Eu sou a Paz! Apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar. E diminuindo

devagarzinho, apagou totalmente.

A segunda vela disse:

– Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. Há pessoas que não querem saber de mim. Não faz

sentido continuar queimando.

Ao terminar sua fala, um vento leve bateu sobre ela, e ela se apagou. Falando baixinho e com tristeza a

terceira vela se manifestou:

– Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se

enxergar, esquecem até daqueles à sua volta que as amam. E sem demora apagou-se.

De repente… entrou uma criança e viu as três velas apagadas.

– Que é isto? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.

Dizendo isso começou a chorar. Então a quarta vela falou:

– Não tenha medo criança, enquanto eu queimar podemos acender as outras velas, eu sou a Esperança.

A criança com os olhos brilhantes pegou a vela que restava e acendeu todas as outras…

“Que a vela da esperança nunca se apague dentro de nós”…

Camundongos e Hipopótamos

E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído

tanto de tamanho que tomou um camundongo

por um hipopótamo. Isso acontece muito,

Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o

contrário também acontece.

E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou

menos assim: o camundongo que expulsamos

ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte.

É isso mesmo. A alma de gente é uma máquina

complicada que produz durante a vida uma quantidade

imensa de camundongos que parecem

hipopótamos e de rinocerontes que parecem

camundongos. O jeito é rir no caso da primeira

confusão e ficar bem disposto para enfrentar o

rinoceronte que entrou em nosso domínio disfarçado

de camundongo.

E como tomar o pequeno por grande e o grande

por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos

perder o bom humor.

Sal no copo ou no lago

O velho Mestre pediu a uma jovem triste que

colocasse uma mão cheia de sal num copo d’água

e bebesse.

– “Qual é o gosto?”- perguntou o Mestre.

– “Ruim” – disse a aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu à jovem que pegasse

Outra mão cheia de sal e levasse a um lago.

Os dois caminharam em silêncio e a jovem jogou

o sal no lago. Então o velho disse: – “Beba um

pouco dessa água”.

Enquanto a água escorria do queixo da jovem o

Mestre perguntou:

– “Qual é o gosto?” -”Bom” disse a jovem.

– “Você sente o gosto do sal?” perguntou o Mestre.

– “Não” disse a jovem.

O Mestre então sentou ao lado da jovem, pegou

em suas mãos e disse:

– “A dor na vida de uma pessoa não muda.

Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos”.

Quando você sentir dor, a única coisa que você

deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que

está a sua volta.

É dar mais valor ao que você tem do que ao que

você perdeu. Em outras palavras:

“É deixar de ser copo para se tornar um Lago”.