Há dois tipos de casamentos, ou relacionamentos: o tipo tênis, e o tipo frescobol. Os do primeiro
tipo, são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Já os casamentos frescobol,
são uma fonte de alegria e têm grande chance de vida longa.
O tênis é um jogo feroz; seu objetivo é derrotar o adversário; e a derrota se revela no erro – o
outro não conseguiu devolver a bola… Joga-se tênis para fazer o outro errar e o bom jogador é
aquele que tem a noção exata do ponto fraco do adversário e sabe se aproveitar disso. O prazer
do tênis é justamente tirar o adversário do jogo, e termina sempre com a alegria de um e a tristeza
de outro.
Já o frescobol – apesar de também usar duas raquetes e uma bolinha – é diferente. O jogo pra
ser bom não precisa da derrota de ninguém. Se a boa vem torta, você sabe que não foi de propósito
e faz o maior esforço para devolve-la redondinha, no lugar certo para que o seu parceiro
possa pegá-la e dar continuidade ao jogo. No frescobol, o que vale é o prazer de jogar, não há
pontos, não há vencedores nem derrotados – ou os dois ganham, ou ninguém ganha.
No casamento do tipo tênis, o casal se porta como adversários, um tentando ganhar seu ponto
em cima do ponto fraco do outro. Um recebe o sonho do outro e devolve com uma cortada, destruindo
suas fantasias. Nesse jogo, mesmo que ganha sai perdedor.
Já no casamento tipo frescobol, o que vale é a parceria; um concertando o erro do outro para
que o jogo continue com prazer e harmonia. Não há disputa, há companheirismo, cumplicidade…
Bola vai, bola vem e cresce o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem… E se deseja que o
outro viva eternamente para que o jogo nunca tenha fim…