A Estrela

Indicação: Missão existencial
Era uma vez um escritor, um homem muito sábio. Todos os dias ele caminhava pela praia, a busca de quietude e inspiração.
Um dia, de longe, avistou um vulto que parecia dançar. Curiosos, apertou o passo para chegar mais perto. Percebeu que ali se encontrava um jovem, que abaixava, pegava algo na areia e fazia um movimento com as mãos em direção ao mar. O homem esboçou um sorriso, se aproximou e perguntou:
– “ O que está fazendo, meu jovem?”
– “Jogando estrelas na água do oceano… o sol está a pino, e se não fizer isso, elas morrerão.”
– “Isso não faz diferença… á milhões de estrelas, milhões de praias”… E continuou sua dança, acrescentando:
-“Faz diferença PARA ESSAS AI”…
O poeta ficou confuso. A visão do jovem lhe perseguia. Tentou ignorar as imagens… Estrelas na areia… Mar… Estrelas de volta ao mar.. a dança do jovem, numa cadência suave e persistente… Quanto mais tentava ignorá-las, mais elas persistiam…
Até que o poeta percebeu que aquele rapaz fazia a opção por AGIR no universo e construir com ALGUMA diferença, envergonhado e inquieto pelo contraste de se colocar no mundo somente como OBSERVADOR. A noite veio, e o poeta, inspirado pelas estrelas do céu, rascunhou algumas linhas sobre sua recente experiência.
Ao raiar do dia, se dirigiu à praia, coração batendo forte, ansioso por se juntar ao jovem… Quando o encontrou, apenas se colocou a seu lado, e iniciou silenciosamente a sua dança.
Autor: Ailer
Reescrita e Contribuição: Cecília Caram.

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